segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minha história


Gente, não é fácil. Ter disciplina é o mais difícil. Pois bem. Hoje é dia de pesagem e eu tô com medo da balança, medo de me frustrar, de desistir, de deixar pra lá. Pode parecer que é pouca coisa, alguém pode dizer que eu tô criando caso, mas não é. Há tempos eu brigo com o efeito sanfona.

Fui uma criança pequena e magrela, tinha apelidos como formiga atômica, baixinha da xuxa, pequinês... Tudo começou aos 11, 12 anos, quando meu corpo começou a mudar por causa da adolescência. Os quadris ficaram largos, os seios cresceram, fiquei com uma estrutura "fortinha". Aos 14 anos, eu mudei do interior pra Salvador e com a mudança (escola nova, falta dos amigos, ansiedade por me dar bem nos estudos), eu engordei bastante e meu corpo mudou muito. Na época, minha mãe me levou em uma nutricionista, que me passou uma dietinha básica. Comendo bem e caminhando na orla de Salvador, eu emagreci tudo e mais um pouco.

Mas aí, aos 16 anos, veio o vestibular. E novamente, eu engordei, só que muito mais do que antes. Tinha aulas todos os dias, inclusive sábados e domingos, de manhã e à tarde. Só comia porcaria, de Mc Donald's a biscoito recheado Trakinas e Negresco (no almoço!). Virei uma bola. Tanto que eu tenho poucas fotos dessa época, porque eu não gostava de me ver. Depois que passei no vestibular, entre a aprovação e o início das aulas, fiz dieta e emagreci de novo.

Faculdade. Engorda, emagrece. Engorda, emagrece, engorda. Na minha festa de formatura, aos 21, eu pesava uns 50 quilos. As fotos são lindas. Adoro ver.

Fui trabalhar e passei a comer muito mal. Fui pra um emprego que exigia muito de mim, eu não tomava café da manhã, comia no shopping todos os dias. Isso foi em 2005/2006. Nunca mais soube o que era a casa dos 50. Uma vez, tomei fepromporex e cheguei aos 57 em algumas semanas. Depois, engordei o dobro do que tinha perdido.

Em 2008, fui pra outro emprego, fora da minha cidade, sem minha família, sem meus amigos, fiquei completamente frágil emocionalmente. Comecei a namorar. E aí começou a minha pior fase em relação a saúde e corpo. Alcancei o maior peso da minha vida e entrei numa crise absurda de auto-estima. Pra piorar, um ano depois, meu namorado terminou comigo e me disse, com essas palavras, que um dos motivos era porque "quando eu olho pra uma mulher, a primeira coisa que eu noto é a aparência e a sua não tá legal". Foi o fim da picada. Eu fui no fundo do poço. Sofri demais. Embora eu tenha me vingado, dizendo, depois, pra ele baixar a bola, porque ele não era nenhum Brad Pitt, que se fosse por aparência, eu jamais namoraria ele e que "quem é gordo pode emagrecer, pior é quem é feio", eu nunca esqueci essas palavras. Isso foi há um ano, mas essas palavras ecoam até hoje na minha cabeça. De certa forma, a sinceridade dele me ajudou a encarar o meu problema e me impulsionou a mudar. Tanto que voltei a fazer exercícios e me alimentar melhor e em 1 mês e meio emagreci oito quilos. De tristeza também, claro, porque eu não sentia fome.

Mas aí.... dos oito, eu recuperei seis. Voltei a entrar em crise, lembrei de tudo que eu tinha passado e foi aí que aconteceu uma coisa diferente em mim. Fiz uma avaliação da minha história pra tentar entender porque nunca dava certo e percebi que nos momentos cruciais da minha vida, a ansiedade foi a pior vilã da minha história. E senti a necessidade de fazer alguma coisa diferente, porque esse esquema de engorda, faz um esforço absurdo num período de tempo, emagrece, engorda de novo, não tava dando certo. Eu vi que eu não prestava atenção no que eu comia, era sedentária, e só me preocupava quando já tinha engordado tudo de novo.

Bom, lembrei do Vigilantes do Peso e assisti algumas reuniões. Não consegui anotar tudo o que eu comia durante muito tempo (embora eu ache o programa ótimo). Voltei pra academia, mas ir pra lá sempre foi um problema pra mim, porque eu fazia questão de dizer que detestava academia, o fedor de suor, aquelas pessoas fúteis e bizarras se admirando no espelho (hoje eu sei que era pura desculpa). Nunca consegui ir mais de um mês todos os dias.

A solução mesmo pra mim chegou (eu acho) em março deste ano. Foi quando eu lembrei de um dos grandes atos de amor que a minha mãe teve por mim ao me levar para uma nutricionista anos atrás. E eu procurei uma (minha amiga da escola, por sinal), que foi a melhor coisa que eu pude fazer por mim mesma. Há quatro meses, estou em processo lento e constante de reeducação alimentar, o tempo recorde em que consegui me manter numa alimentação saudável. A academia já é mais uma obrigação pra mim e, mesmo que não vá, eu tento me exercitar de outras formas.

Só tenho brigado com ela, minha arqui-inimiga, a ansiedade. Ansiosa pelos resultados rápidos, ansiosa pelos problemas da vida, ansiosa por tudo e qualquer coisa. Isso me desestimula às vezes, mas eu não vou desistir. Eu vou até o fim!


(Detalhe: Post-desabafo enooooooooooooooorme! Sorry, girls, nunca escrevi sobre isso antes.)

Um comentário:

  1. Oi querida*

    Sua historia é de lutas e de persistencia...assim de fazem os fortes!
    Quando começei não acreditavaem mim, acreditava nas dietas mas achava que eu "tinha um defeito" e comigo não iria dar certo. As amigas foram fundamentas e eu dizia pra mim mesmo em cada post que queria mudar e não queria "ser gorda" como são as mulheres de minha família; que é assim mesmo...
    Não é!
    Hoje provo isso a mim.

    e voce com essa força voce vai longe.

    Tenha fé*

    Beiju

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